História
História
A referência documental mais antiga à Igreja de Santa Eulália de Paços de Ferreira remonta à segunda metade do século décimo (959). Encontra-se no Livro de Mumadona, Condessa de Guimarães.
Por um lado, a região onde se encontra, de povoamento pré-histórico (Citânia de Sanfins), foi intensamente romanizada, como atestam os numerosos achados arqueológicos (os castros e os castelos), mas sobretudo a toponímia (existem, em muitas freguesias, os lugares de Vila, Vilar, Vila Nova, Fundo de Vila, Cimo de Vila, Agro e Agras, Quintãs, Paço).
Na freguesia de Paços de Ferreira foram encontrados vestígios romanos, no lugar das Quintãs, junto da estrada que sobe para Modelos. Aí se descobriram os alicerces de uma ampla construção retangular e restos abundantes de tégulas. Além disso, ao ser construída a Casa do Rego, foram achadas várias ânforas de sepultura, em bom estado de conservação, atribuídas ao século IV. E ainda hoje alguns campos vizinhos são chamados de Castelos e Cemitérios.
Podemos concluir que alguns séculos antes da fundação da nacionalidade e, pelo menos, desde do tempo da reconquista cristã, existia, uma pequena ermida, cuja configuração podemos imaginar através da igreja de Meixomil e de Eiriz, sem acrescentos seiscentistas e setecentistas.
Ter-se-á encontrado algum resto dessa construção primitiva, no contraforte do arco cruzeiro, do lado sul, ao alargar, há 2 anos a capela-mor?
A traça da igreja atual – nave e sacristia velha – é, tudo indica, do século XVII. Pelo menos, a este século são atribuídos os azulejos do lambrim e o que no órgão de tubos, recentemente e em boa hora, restaurado.
A Capela Mor, com abóbada em tijolo, é posterior, certamente, do século XVIII, bem como a sacristia nova. Os altares laterais eram do final do século XIX.
A fachada e a torre, iniciadas em 1910, foram terminadas em 1913.
O relógio foi colocado em 1913, o sino grande tem a data de 1814 e os dois sinos menores, de 1915, sendo os três fundidos em braga, na mesma empresa.
A data da criação da Paróquia é mais incerta.
Aquando do concílio I de Braga já havia igrejas paroquiais. E no concílio II, foram tomadas algumas medidas de ordem administrativa.
Em 1832, aparece o concelho de Paços de Ferreira, mas a sede fica em Sobrosa. Volta a freguesia a pertencer, em 1835 ao concelho de Aguiar de Sousa.
Um ano mais tarde, foi restaurado ou criado o novo concelho de Paços de Ferreira, com sede na freguesia do mesmo nome. A primeira sessão de Câmara nos Paços do Concelho já se tinha realizado a 26 de Outubro.Em 1907 o abade (título de Pároco) era António Maria da Silva, encomendado desde de 28 de Julho de 1905.
Segundo a descrição deste, a igreja era de uma só nave e sem torre, possuía um órgão estragado e um sino.
Em 1923, era o Pároco o Padre António Ferreira Pombo e sobre a organização e movimento paroquial será dito o bastante na segunda parte deste opúsculo.
Dada a importância que assumiu na paróquia, pelo menos desde o século XVII, a Confraria de Santo Amaro merece algumas referências à parte.
Em 1642 na Paróquia de Santa Eulália estava canonicamente instituída «uma pia e devota Confraria de fiéis cristãos, homens e mulheres». Consta na Bula do Papa Urbano VIII em que concede perpetuamente à dita Confraria, para que tenha maiores bens espirituais, numerosas graças e indulgências.
Talvez por isso mesmo, verifica-se que a Confraria aumenta muito o número de irmãos e nos séculos posteriores estende a sua influência a todas as freguesias do Concelho e a muitas circunvizinhas e até distantes. Por outro lado, polariza a vida do culto e a ação festiva e social da paróquia, chegando a possuir avultados rendimentos.